Já foi comprovado cientificamente que a presença de uma pessoa amiga nas
primeiras cadeiras de um auditório pode gerar ocitocina suficiente para
qualquer orador recobrar sua segurança e autoconfiança, superando o medo de
falar em público em meio a tantas pessoas alheias.
A ciência afirma que a ocitocina está presente na contração uterina durante o
parto e também na ejeção do leite materno durante a amamentação, causando
aquela sensação de conforto, acolhimento e segurança ao bebê provocando
amizade eterna entre mãe e filho. Esse hormônio é fundamental na construção e
manutenção de vínculos sociais e está amplamente presente nas relações
amistosas. Se a presença de alguém conseguir provocar em seu cérebro a
liberação da ocitocina, então pode ter certeza de que o seu afeto por esta
pessoa estará determinado. Tanto isto é verdade que a ocitocina foi batizada
pelos especialistas como “hormônio do amor”.
Ao contrário do que a presença de um verdadeiro amigo pode aflorar em nós, a
presença de uma “perssona non grata” pode inundar nosso corpo com o hormônio
do estresse, o cortisol, dificultando ainda mais a atenção, o raciocínio e,
por consequência, a sensação de paz e tranqüilidade, conduzindo qualquer um
ao estado de tensão, agressividade e instabilidade emocional, o que fará
distanciar de tudo aquilo que se pode perceber e sentir como estado de
felicidade.
Nesse sentido, as pessoas que são mais afáveis e sociáveis e, por isso, têm
maior facilidade em fazer e manter amigos contam com uma espécie de “batalhão
de choque” contra os revezes da vida. Assim, quanto mais amigos se conseguem,
mais rápido se estancam sofrimentos e superam-se crises.
O contrário é verdadeiro: as pessoas mais afastadas, introvertidas e
desprovidas de amigos têm baixa resistência aos problemas do dia a dia. Estão
sempre se sentindo inseguras, sozinhas e por isso tendem a ficarem mais
ansiosas ao menor sinal de perigo, desenvolvendo uma perspectiva triste,
solitária e infeliz sobre sua própria vida, pois se sentem mais frágeis e
mais vulneráveis ao que está passando.
Roberto Carlos sabia disto quando afirmou em sua canção que queria ter um
milhão de amigos para que pudesse “bem mais forte” poder cantar! Grandes
profetas e mestres das religiões enfatizaram a importância de se fazer
amizade e ter amigos para o fortalecimento do indivíduo e do grupo,
comparando a pessoa que vive isolada ao pedaço de carvão de brasa extinta
porque se afastou do braseiro ou da folha que se rasga mais fácil quando
separada da resma.
Jesus promoveu seus amigos discípulos à condição de irmãos, tamanha a
comunhão entre eles e instituiu a Eclésia como lugar de proteção e
fortalecimento mútuos.
Afastar-se dos amigos em momento de dor e sofrimento não é uma boa idéia.
Querer ficar só, estando mal, não é uma escolha saudável. No reino animal, a
espécie que se afasta do grupo é alvo das bestas feras do campo. Se em
momento de tribulação a pessoa desejar afastar-se de um amigo ou de seu
grupo, ou é porque não se sente segura em relação àquela amizade ou se sente
ameaçada pelo grupo. Assim, tudo que afasta os amigos-irmãos, como a
desavença, a desconfiança ou mesmo a falta de tempo e o corre-corre do dia a
dia, também diminui a felicidade do indivíduo.
Como cantou Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar do lado
esquerdo do peito...”. Onde está aquela pessoa que faz seu cérebro produzir
ocitocina ao invés de cortisol? Liga pra ela! Amigos duplicam a alegria e
dividem a tristeza. Quando há amizade entre casais ou entre pais e filhos os
relacionamentos duram muito mais tempo e com maior qualidade, mas quando a
presença de uma pessoa libera cortisol na outra, então a dor, o sofrimento e
o distanciamento são inevitáveis! O menor problema se agiganta e o ânimo
sucumbe.
Não há problema demasiadamente grande ou lugar apertado quando se está entre
amigos, mas o mundo se torna um lugar hostil e pequeno para dois inimigos,
não é verdade? Que júbilo pode haver em qualquer coisa se não se tem com quem
compartilhar? Que graça tem aquele almoço de domingo; ou um vinho caro; ou um
delicioso sorvete; ou ainda a viagem sonhada senão a graça da companhia de
alguém? Melhor ainda se for uma pessoa amiga!
Porque será que os comerciais de bebida têm sempre uma roda de amigos? Porque
o que dá sabor àquela bebida amarga e intragável é, sem dúvida, a companhia
de gente querida. Uma vida sem amigos é uma vida insossa! Nada tem graça, não
tem sabor!
Nelson Gonçalves cantou a ausência do pai amigo na canção “Naquela mesa”,
pois estava faltando aquele que o compositor chamou de amigo e mais que seu
filho era também seu fã. Fábio Júnior sente profunda saudade do pai amigo,
saudade esta interpretada na canção “Pai”. De forma que o verdadeiro amigo
pode surgir entre pessoas estranhas ou dentro da própria família. Importa que
a amizade seja verdadeira e duradoura.
O segundo caminho para a felicidade acontece quando uma pessoa se dispõe a
conquistar e manter amigos, sendo amiga!
O amigo não precisa ser necessariamente um parente ou um estranho; ser
rico, forte ou influente, basta estar presente na quantidade de tempo e com a
qualidade de presença suficiente para acolher, alimentar, proteger,
compreender e amar. A palavra “amigo” é filha da palavra “amar”.
Triste pensar que boa parte das crianças e pessoas desaparecidas sai de casa
por vontade própria em busca de amizade (amor) na rua, nos órgãos
assistenciais e até mesmo nos grupos criminosos.
Pais ausentes, entupidos de trabalho, totalmente indisciplinados na divisão
de seu tempo perdem a grata oportunidade de desenvolver amizade profunda com
seus filhos, mesmo “dando tudo do bom e do melhor”. Mas o homem à toa que
fica na esquina pode ser aquele que será chamado de “melhor amigo” pelo filho
que se sente abandonado, mesmo às vezes tendo tudo do bom e do melhor.
Qual amizade poderia ser melhor para uma criança do que a amizade de uma mãe
ou de um pai? A do cachorro? A de um estranho? Qual pessoa, por mais abastada
e sincera que fosse poderia se dizer e se sentir feliz sem que pudesse contar
com pelo menos uma pessoa amiga para compartilhar aqueles momentos especiais
ou cruciais da vida?
A felicidade só pode ser usufruída se for produzida e, uma vez produzida,
para mantê-la latente é necessário que esta seja compartilhada. Por isto a
amizade é elemento fundamental para a manutenção da felicidade produzida,
pois ela só é contínua quando é dividida com alguém.
Visite o site www.chafic.com.br e
confira o descritivo do novo curso Introdução a Programação Neurolinguística,
com tutoria EAD do Prof. Esp. Marcus Deminco.
|